Cerimônias vão marcar a entrega de obras danificadas pelos vândalos e finalmente restauradas, como o quadro ‘As Mulatas’, de Di Cavalcanti, e um relógio do século XVII. Encerramento do dia será na Praça dos Três Poderes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar de uma série de atos públicos nos dois anos dos ataques golpistas, na próxima quarta-feira (8).
Um desses eventos, de acordo com o Palácio do Planalto, vai ser o “Abraço da Democracia”, marcado para a Praça dos Três Poderes e que contará com autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em 8 de janeiro de 2023, uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter tomado posse, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes — Palácio do Planalto, Palácio do Congresso e sede do Supremo Tribunal Federal (STF) —, depredaram os prédios e vandalizaram obras de arte.
Muitos desses vândalos, de acordo com investigações da Polícia Federal, estiveram nos acampamentos golpistas, montados em frente a quarteis do Exército com o objetivo de reverter ilegalmente o resultado das eleições de 2022.Reproduzir vídeo
STF recebeu mais de 1.000 ameaças desde o 8 de janeiro: média de 3 por dia
Agenda no dia 8
Segundo informações do Palácio do Planalto, a agenda de Lula no dia 8 terá os seguintes momentos:
- Reintegração de obras de arte
A série de eventos começará pela manhã, no Palácio do Planalto, quando haverá a reintegração de importantes obras de arte, incluindo um relógio do século XVII e uma ânfora, que simbolizam a complexidade e a delicadeza dos processos de restauro. Essas obras foram vandalizadas no 8 de janeiro de 2023.
O relógio, consertado na Suíça sem custos ao governo brasileiro, será destacado como exemplo do esforço de preservação.
- Descerramento da obra ‘As Mulatas’
Neste momento, também no Palácio do Planalto, haverá o descerramento da obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, que também precisou ser restaurada após os ataques. Além disso, cinco alunos do Projeto de Educação Patrimonial apresentarão ao presidente Lula réplicas que criaram da ânfora e da obra de Di Cavalcanti.
Detalhe de dano na tela ‘As Mulatas’, de Di Cavalcanti, após os ataques terroristas no Planalto, no 8 de janeiro de 2023. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
- Cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto
No fim da manhã, Lula participará de uma cerimônia coa presença de autoridades dos Três Poderes, integrantes do Ministério da Cultura, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Embaixada da Suíça e de movimentos sociais.
- Abraço da Democracia
De acordo com a programação, esse será o encerramento do dia.
O presidente Lula, acompanhado de autoridades, descerá a rampa do Palácio do Planalto para um ato simbólico na Praça dos Três Poderes, onde participará do “Abraço da Democracia”, com presença do público e de autoridades.
1 ano após o ato golpista, o governo lançou uma página sobre o evento.
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O que aconteceu em 8 de janeiro de 2023:
- Invasão e vandalismo:
Grupos invadiram e depredaram os prédios públicos, causando enormes danos materiais e simbólicos. Móveis, obras de arte, documentos e equipamentos foram destruídos ou saqueados. - Motivação dos atos:
Os manifestantes protestavam contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva. Muitos defendiam um golpe militar para reverter a vitória de Lula e impedir a continuidade da democracia. - Reação do governo:
O presidente Lula, que estava em Araraquara (SP) no momento do ataque, decretou intervenção federal no Distrito Federal para garantir a segurança pública e restaurar a ordem. O então governador do DF, Ibaneis Rocha, foi afastado temporariamente por falhas em conter os ataques. - Prisões e investigações:
Milhares de pessoas foram presas nos dias seguintes, incluindo os participantes diretos e organizadores. As investigações também apontaram negligência por parte de autoridades de segurança locais, como o então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres. - Consequências:
- A reconstrução dos prédios foi iniciada imediatamente, incluindo o restauro de obras de arte e patrimônios históricos danificados.
- A Justiça e o Congresso intensificaram debates sobre o combate ao extremismo e à desinformação que alimentaram os atos.
- Até hoje, os envolvidos enfrentam processos judiciais, e os episódios geraram amplas reflexões sobre a proteção das instituições democráticas no Brasil.