O ministro israelense Amichai Chikli acusou o governo brasileiro de perseguir cidadãos de Israel, intensificando a crise diplomática entre os dois países.
A declaração de Chikli foi uma resposta à decisão da Justiça Federal do Distrito Federal de investigar o soldado israelense Yuval Vagdani, de 21 anos, por sua atuação na guerra em Gaza. Vagdani, que estava de férias na Bahia, deixou o Brasil após a ordem de investigação emitida em 30 de dezembro de 2024, atendendo a um pedido da Fundação Hind Rajab, organização internacional sediada na Bélgica que defende os direitos palestinos.
Em carta direcionada ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Chikli afirmou que a decisão judicial foi tomada “com o apoio do presidente Lula” e classificou-a como “uma vergonha para o governo brasileiro”. O ministro também acusou o Judiciário brasileiro de “abraçar calorosamente os apoiadores do terrorismo e os negadores do Holocausto”.
A embaixada de Israel no Brasil criticou a Fundação Hind Rajab, alegando que a organização está “explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”. A embaixada também defendeu as ações de Israel em Gaza, afirmando que o país “está exercendo seu direito à autodefesa após o massacre brutal cometido pelo Hamas em 7 de outubro” e que “todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional”.
O Itamaraty, ao ser questionado sobre o caso, recomendou que a questão fosse direcionada ao Ministério da Justiça, por tratar-se de investigação judicial. Até o momento, o Ministério da Justiça não se pronunciou.
Este incidente aprofunda a crise diplomática entre Brasil e Israel. Em 2024, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou o presidente Lula como persona non grata, levando o Brasil a retirar seu embaixador de Tel Aviv. Além disso, em debates na ONU, o Itamaraty utilizou o termo “genocídio” para descrever as ações de Israel em Gaza, alinhando-se a entidades como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch.
Para mais detalhes sobre o desenrolar desta crise diplomática, confira o vídeo a seguir:
Com informações do: UOL Notícias
Enquanto o relacionamento de Lula é frágil, Bolsonaro garantiu proximidade. Em várias reportagens buscamos informações sobre o relacionamento do Brasil com Israel na era Bolsonaro.
O relacionamento entre Jair Bolsonaro e Israel foi marcado por uma aproximação significativa durante seu mandato presidencial no Brasil, iniciado em 2019.
Desde o início de sua campanha, Bolsonaro expressou admiração por Israel, indicando a intenção de fortalecer os laços bilaterais.
Em abril de 2019, durante uma visita oficial a Israel, Bolsonaro afirmou que o relacionamento entre os dois países “veio para ficar”.
Durante essa visita, o Brasil anunciou a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, sinalizando um movimento diplomático significativo.
Além disso, foram firmados acordos de cooperação em diversas áreas, incluindo segurança, tecnologia e agricultura.
A relação próxima entre Bolsonaro e o então primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi evidenciada por trocas de elogios e apoio mútuo.
Bolsonaro chegou a referir-se a Netanyahu como “irmão”, destacando a afinidade entre os líderes.
No entanto, a saída de Netanyahu do governo israelense em junho de 2021 representou um desafio para Bolsonaro, que perdeu um aliado importante no cenário internacional.
Apesar disso, Bolsonaro continuou a buscar o fortalecimento das relações com Israel, enfatizando a cooperação em áreas estratégicas e a importância dos laços históricos e culturais entre os dois países.
Em novembro de 2023, já como ex-presidente, Bolsonaro se reuniu com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, indicando a continuidade de seu interesse em manter relações próximas com o país.
Essa aproximação com Israel foi uma característica marcante da política externa brasileira durante o governo Bolsonaro, refletindo uma mudança significativa nas relações bilaterais e na postura do Brasil no cenário internacional.
Para uma visão mais detalhada sobre o relacionamento entre Bolsonaro e Israel, confira o vídeo a seguir: