Bolsonaro escolhe novo advogado para comandar defesa no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acaba de anunciar a entrada de um novo advogado para coordenar sua defesa junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O renomado criminalista Celso Vilardi assume oficialmente o time de defesa nesta quinta-feira, 9 de janeiro, ampliando a equipe de profissionais que agora conta com três membros.

Novo advogado reforça defesa de Bolsonaro no STF
Em sua declaração, Vilardi afirmou: “Já estudei o caso e vou começar a trabalhar agora. Sobre eventuais estratégias ou questões do tipo, não cabe falar por enquanto.” A mudança ocorre no contexto da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, que culminou no indiciamento de Bolsonaro, juntamente com 36 outras pessoas, pela Polícia Federal.

A apuração da PF concluiu que o ex-presidente teria se envolvido em uma trama para tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrida em janeiro de 2023.

Celso Vilardi: expertise e notoriedade no direito penal
Celso Vilardi é um advogado criminalista altamente reconhecido e professor de Direito na FGV São Paulo. Sua vasta experiência inclui a defesa de figuras de destaque em grandes operações da Polícia Federal. Vilardi também integra entidades como o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa) e tem se destacado em causas de relevância, como sua atuação no Conselho de Administração das Lojas Americanas e na própria empresa.

Entre seus clientes mais notáveis estão Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; o empresário Eike Batista; o ex-deputado Robson Marinho; e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Equipe de defesa continua sob a liderança de Paulo Cunha Bueno
Antes de Celso Vilardi, Paulo Cunha Bueno chefiava a defesa de Bolsonaro e continuará fazendo parte da equipe, seguindo com suas funções. A mudança de advogado ocorre em uma data simbólica, dois anos após os atentados golpistas contra os três Poderes em Brasília, em 2023.

O presidente Lula, em uma agenda para lembrar o episódio, reafirmou seu compromisso com a democracia, enquanto aliados de Bolsonaro persistem na defesa da anistia para os envolvidos nos ataques.

Discurso bolsonarista e expectativa sobre a anistia
Dois anos após os ataques golpistas, muitos bolsonaristas continuam a sustentar a tese de que não houve tentativa de golpe e que as prisões de envolvidos são injustas. Deputados e senadores do PL, partido de Bolsonaro, ainda acreditam na aprovação de um projeto de anistia para os presos durante os ataques, embora a proposta tenha enfrentado dificuldades para avançar no ano passado.

Indiciados pela tentativa de golpe
Além de Jair Bolsonaro, outros nomes de peso foram indiciados, incluindo o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. O ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, também estão entre os indiciados.

A lista de indiciados é majoritariamente composta por militares, com 25 envolvidos ao todo. A continuidade das investigações e a defesa de Bolsonaro devem se desenrolar ao longo dos próximos meses, com a expectativa de novos desdobramentos jurídicos e políticos.

Esta reestruturação na defesa de Bolsonaro no STF é apenas mais um capítulo no complexo processo judicial envolvendo o ex-presidente e seus aliados políticos, com implicações significativas para o cenário político brasileiro.

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