2025 – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), rebateu duramente as críticas do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) nesta quinta-feira (30), durante a apresentação dos indicadores criminais do Estado. Ao ser questionado sobre as declarações de Perillo a respeito da concessão do Estádio Serra Dourada à iniciativa privada, Caiado foi direto e irônico:
“Sinceramente, eu como governador do Estado, tenho respeito enorme pelo cargo. O cargo exige liturgia. Eu não vou debater com um ex-presidiário. Vou debater com quem tem credenciais de honrar o cargo”, disparou Caiado. O governador ainda provocou: “Os outros podem me formular as perguntas, tá certo? Essas aí eu encaminharei para a Rotam, que eles podem responder”.
Prisão de Marconi Perillo e Polêmica Sobre o Serra Dourada
Marconi Perillo foi preso pela Polícia Federal em dezembro de 2018 durante a Operação Cash Delivery, que investigava um esquema de pagamento de propinas em campanhas eleitorais. Agora, o tucano voltou aos holofotes ao criticar a gestão de Caiado sobre o Serra Dourada, alegando que o atual governador “não cuidou do estádio”. A concessão do icônico palco do futebol goiano para a iniciativa privada tem gerado debates acalorados no meio político e esportivo.
Daniel Vilela Também Entra na Briga e Detona Perillo
A troca de farpas não parou por aí. O vice-governador Daniel Vilela (MDB) também não poupou críticas e publicou um vídeo nas redes sociais chamando Perillo de “blogueirinho”, “cara de pau” e “fugitivo”.
https://www.instagram.com/iporagoias_/reel/DFc1wtAMZs9
“Marconi é corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Isso se chama dor de cotovelo (…) O ex-governador não gosta de ver que depois dele, Goiás passou a dar certo e hoje é o estado número um do Brasil”, alfinetou Vilela.
A polarização entre Caiado, Vilela e Perillo promete esquentar ainda mais o cenário político goiano, antecipando possíveis embates para as eleições de 2026.
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Relembre: Marconi Perillo é preso pela PF na operação que apura pagamento de R$ 12 milhões em propina pela Odebrecht
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (10) enquanto prestava depoimento à Polícia Federal no âmbito da Operaçã Cash Delivery, que investiga pagamento de propinas em campanhas eleitorais, em Goiânia. O advogado dele, Antônio Carlos Almeida, conhecido como Kakay, confirmou a informação ao G1 e declarou estar “perplexo”.
O ex-governador tinha depoimento marcado para as 15h, mas teria chegado duas horas mais cedo e entrado pelos fundos para evitar os jornalistas. Segundo a defesa de Perillo, ele “recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento […] e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos”.
A assessoria de comunicação da PF informou ao G1 que Perillo continuava em depoimento às 16h30. A corporação disse ainda que o mandado dele é de prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Motoristas que passavam em frente ao prédio buzinavam em apoio à detenção.Reproduzir vídeo
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Marconi Perillo é preso suspeito de receber R$ 12 milhões de propina, em Goiás
O político é considerado suspeito de receber R$ 12 milhões em propina de empreiteiras para os pleitos eleitorais em 2010 e 2014. A operação ocorreu em decorrência de delações da Odebrecht na Operação Lava Jato.
Kakay afirmou que “não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento”. Veja a nota na íntegra ao fim da reportagem.
A data do depoimento foi marcada após a defesa de Marconi pedir à Polícia Federal que o político fosse ouvido após as eleições. Perillo deixou o governdo de Goiás para disputar o cargo de senador, mas recebeu apenas 416.613 votos e não foi eleito.
A atual gestão informou que “por se tratar de matéria eminentemente judicial, sobre ela o Governo de Goiás não vai se manifestar”.
Marconi Perillo imagem de arquivo do dia 9 de fevereiro de 2018 — Foto: Reprodução
Marconi Perillo começou a carreira política em 1990, quando foi eleito deputado estadual em Goiás. Cinco anos depois ele se candidatou a deputado federal pelo estado e foi eleito. Já em 1998 o tucano concorreu e ganhou o pleito para governador do estado, derrotando o atual prefeito Iris Rezende (MDB).
O político governou o estado por oito anos consecutivos, já que foi reeleito em 2002 e foi o chefe do executivo de Goiás até 2006. No ano seguinte ele foi eleito senador pelo estado e, neste mandato, chegou a ser vice-presidente da Casa.
Já em 2010, Perillo voltou a governar Goiás e foi reeleito em 2014, mesmo tendo sido citado na Operação Monte Carlo, em 2011, por ligações com o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No mês de abril de 2018 o político renunciou ao cargo para concorrer novamente a uma cadeira no Senado. Desta vez, ele terminou o pleito em 5º lugar e não foi eleito.
Investigação
Cinco pessoas foram presas quando a Operação Cash Delivery foi deflagrada, no dia 28 de setembro, e cumpriu mandados em endereços ligados a Marconi Perillo. Foram presos Jayme Rincón, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincón, Márcio Garcia de Moura – policial militar e motorista de Rincón –, o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior e o advogado Pablo Rogério de Oliveira.
Além do ex-governador, apenas Márcio Garcia segue preso. Ele obteve um habeas corpus na quarta-feira, mas até as 10h desta quinta-feira, não havia sido solto. Rodrigo, o policial militar, o empresário e o advogado sempre negaram envolvimentos com os crimes.
Jayme Rincón, que é ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e foi coordenador financeiro de campanha eleitoral em 2010, disse em depoimento à PF que “recursos” para campanhas eleitorais de candidatos aliados foram entregues pela Odebrecht a seus motoristas no apartamento que tem em São Paulo.
Na ocasião ele também disse que esses valores eram “destinados, em sua maioria, para campanhas de candidatos aliados” e que “parte dos valores era oficializado com ajuda de empresas parceiras” – o que pode configurar lavagem de dinheiro, de acordo com a PF. Jayme disse ainda que “todo o montante destino à campanha de Marconi Perilllo foi legalizado”.
Jayme foi solto dias depois de prestar depoimento.
Jayme Rincón sorri ao ser solto, na sede da Polícia Federal, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Escutas da Polícia Federal presentes no inquérito que culminou na Operação Cash Delivery, obtidos pela TV anhanguera, mostram um diálogo que, segundo a corporação, revela a entrega de R$ 1,2 milhão em propina da Odebrecht para campanhas de Perillo em 2010 e 2014.
Outro documento, também obtido pela TV Anhanguera, mostra que o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior, preso na mesma operação, confirmou à Polícia Federal que prestou serviços a uma empresa onde, segundo as investigações, foram entregues R$ 1,8 milhão da Odebrecht. Na ocasião, ele também disse nunca ter recebido nenhuma quantia ilícita da empreiteira.
No inquérito consta que Marconi, ao solicitar os valores para suas campanhas, se mostrava favorável às demandas da Odebrecht em Goiás, como, por exemplo, na construção do VLT, que não saiu do papel, além de obras de esgoto no Entorno do Distrito Federal.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Perillo, quando ainda era senador e depois como governador, pediu e recebeu propina para favorecer a Odebrecht em contratos e obras. Os valores, segundo as investigações, foram de R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014.
Operação Cash Delivery
Na denúncia, Marconi Perillo é citado como líder do esquema. Jayme Rincón é apontado como braço-direito do ex-governador, responsável pela entrega do dinheiro solicitado pelo político. O filho de Jayme, Rodrigo Rincón, teria colaborado diretamente com o recebimento do dinheiro, tendo sido beneficiário de parte dos pagamentos.
Além disso, os policiais militares Sergio Rodrigues de Souza (falecido) e Márcio Garcia de Moura teriam transportado o dinheiro conforme pedidos de Marconi, assim como Pablo Rogério de Oliveira e Carlos Alberto Pacheco Junior.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu em cinco cidades – Goiânia (GO), Pirenópolis (GO), Aruanã (GO), Campinas (SP) e São Paulo (SP). Foram apreendidos R$ 80 mil na casa de Jayme Rincón. Outros R$ 940.260, na casa do motorista dele.
De acordo com as investigações, a propina era entregue em dinheiro em espécie e transportada em malas e mochilas. O MPF apontou que houve ao menos 21 entregas do dinheiro irregular em 2014 feitas a mando da Odebrecht para favorecer Perillo.
Veja o que diz a defesa de Marconi
A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos. Kakay
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