Além disso, foram identificadas transações indiretas com Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, totalizando R$ 12 milhões entre 2016 e 2020.
O advogado Nelson Wilians está sob escrutínio após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentações financeiras suspeitas totalizando R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2024. Os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) enviados à Polícia Federal destacam transações significativas com o empresário Maurício Camisotti, investigado por fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Detalhes das transações suspeitas
Os RIFs indicam que o escritório Nelson Wilians Advogados realizou pagamentos de R$ 15,5 milhões a Camisotti. Além disso, foram identificadas transações indiretas com Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS“, totalizando R$ 12 milhões entre 2016 e 2020.
As movimentações financeiras foram distribuídas em três períodos:
- R$ 1 bilhão entre setembro de 2021 e abril de 2022;
- R$ 582 milhões entre outubro de 2019 e junho de 2020;
- R$ 883 milhões entre outubro de 2023 e julho de 2024.
Durante o último período, houve um aumento nas reclamações de fraude registradas na ouvidoria do INSS.
Posicionamento de Nelson Wilians
Em nota, a assessoria de Nelson Wilians afirmou que ele e seu escritório não são alvos de investigação e não foram notificados para prestar esclarecimentos. Os valores pagos a Camisotti seriam relacionados à compra de um imóvel, caracterizando uma transação de natureza privada.
Implicações jurídicas e éticas
As movimentações financeiras suspeitas de Nelson Wilians levantam questões sobre a responsabilidade dos profissionais do direito em relação à conformidade com as normas legais e éticas. A situação destaca a importância da transparência e da diligência na condução de transações financeiras, especialmente quando envolvem figuras públicas ou associadas a investigações criminais.
Nelson Wilians: primeiro advogado a estampar a capa da Forbes Brasil
A edição de julho/2024 da revista Forbes Brasil, destacou a lista “50 over 50”, na capa o renomado advogado Nelson Wilians. A reportagem detalhou a trajetória de Wilians, que começou em uma infância humilde em um sítio no interior do Paraná e culminou na fundação do maior escritório de advocacia da América Latina. Esta é a primeira vez que a edição brasileira da Forbes destaca um advogado em sua capa.
Em seis páginas, a revista explorou os detalhes da rotina profissional de Wilians, seu estilo de advocacia e sua vida em família. Atualmente, Wilians é um dos advogados mais influentes nas redes sociais, acumulando mais de dois milhões de seguidores.
Escritório de Nelson Wilians rebate reportagens e diz que não há investigação contra o advogado
O escritório Nelson Wilians Advogados divulgou nesta semana uma nota oficial em que contesta reportagens recentes que teriam feito associações indevidas entre o nome do advogado Nelson Wilians e supostas irregularidades envolvendo fraudes contra aposentados e o INSS.
Segundo o texto, as matérias utilizam termos como “farra do INSS” de maneira sensacionalista e buscam, de forma considerada irresponsável, envolver o nome do fundador do NWADV — que se apresenta como o maior escritório de advocacia empresarial da América Latina — em narrativas que, segundo a nota, “não condizem com os fatos“.
“Nelson Wilians é um advogado com atuação reconhecida nacional e internacionalmente, e tem pautado toda a sua trajetória na legalidade, na ética e no compromisso com a Justiça“, afirma o comunicado.
A banca jurídica também afirma que atua “exclusivamente dentro dos limites legais“, com transparência, sob fiscalização dos órgãos competentes, e que representa “interesses legítimos de seus clientes”.
A nota critica ainda o que classifica como “distorções” e “ilações infundadas“, e sinaliza que medidas legais estão sendo avaliadas para assegurar o direito de resposta e apurar eventual responsabilização civil e criminal dos autores das publicações.
O escritório ressalta que Nelson Wilians não é investigado e sugere que as reportagens podem ter como objetivo “desviar o foco das investigações sobre as fraudes no INSS“.
“Reafirmamos nosso compromisso com o Direito, com o Estado Democrático de Direito e com a verdade“, conclui o comunicado.
