De novo: Presidente do PSDB Marconi Perillo é alvo de operação da PF (06/02) sobre desvio de recursos da saúde

Além de Marconi Perillo, a Polícia Federal cumpre 11 mandados de busca e apreensão ao todo, sendo dez em Goiânia e um em Brasília. Também foi determinado o sequestro de R$ 28 milhões dos investigados.

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (6), a Operação Panaceia, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde entre 2012 e 2018. Entre os alvos da ação está o ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.

Segundo as investigações, os desvios ocorreram durante a gestão de Perillo por meio de uma organização social contratada para administrar serviços de saúde no estado. A entidade, de acordo com a PF, subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores, possibilitando o retorno de parte dos valores aos envolvidos, o que é proibido por lei.

Além do ex-governador, a operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão – dez em Goiânia e um em Brasília. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 28 milhões dos investigados.

Defesa de Perillo e acusações contra Caiado

Marconi Perillo classificou a operação como uma perseguição política do grupo do atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO). Ele afirmou que a ação acontece como retaliação às denúncias que tem feito contra a gestão estadual.

Estão fazendo uma operação por supostos fatos ocorridos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, resolvam agir“, disse Perillo em nota.

O ex-governador também declarou que já foi alvo de outras investigações e que nenhuma irregularidade foi comprovada contra ele.

A reportagem tenta contato com o governo de Goiás para obter um posicionamento sobre as declarações de Perillo.

Esquema envolvia contratos milionários

A Controladoria-Geral da União (CGU), que atuou na investigação ao lado da Receita Federal, informou que a organização social investigada recebeu R$ 900 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de contratos com o governo de Goiás.

Segundo a CGU, os contratos eram genéricos, sem especificação detalhada dos serviços prestados, dificultando a fiscalização e permitindo pagamentos sem comprovação adequada. Além disso, houve sobreposição de contratos, sugerindo desperdício de dinheiro público.

Veja também: 2018/2022: Marconi Perillo e Sua Ousada Estratégia de Derrotas em Série

Crimes investigados

Os envolvidos são investigados pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, as penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

A operação acontece em um momento delicado para o PSDB, que vem perdendo espaço na política nacional e avalia uma fusão com o PSD para tentar se fortalecer.

Nota oficial de Marconi Perillo

Em comunicado, o ex-governador repudiou sua inclusão na operação e acusou o governo estadual de criar uma “cortina de fumaça” para desviar o foco de outras denúncias. Ele também afirmou que não há movimentações financeiras ilícitas em seu nome e que sua renda sempre foi devidamente declarada.

Não se iluda, Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar”, concluiu Perillo.

RELEMBRE

Marconi Perillo é preso pela PF em Goiânia ao chegar para depor

Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo – R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014

OPERAÇÃO
Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo é acusado de receber propina no valor de R$ 12 milhões, diz o MPFAgência Brasil

Goiás – O ex-governador de Goiás Marconi Perillo foi preso, na tarde desta quarta-feira, pela Polícia Federal. O tucano é investigado na operação Cash Delivery e já havia sido alvo de busca e apreensão na sexta-feira, 28.

Perillo foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo – R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, “não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento.”

“Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados”, disse Kakay.

No dia da deflagração da Cash Delivery, o Ministério Público Federal, por meio de nota, informou que o tucano não havia sido alvo de mandado de prisão porque era candidato ao Senado e a legislação eleitoral proíbe detenção na semana anterior ao pleito.

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