Ronaldo Caiado foi declarado inelegível por oito anos por abuso de poder político nas eleições de 2024, mas tribunal acatou recurso da defesa ele está de volta ao jogo de 2026
O TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás) acatou nesta terça-feira (8) um recurso da defesa do governador do estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), e tornou o político elegível novamente. Caiado tinha ficado inelegível por oito anos, no fim do ano passado, por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.
A decisão do TRE-GO desta terça foi unânime. O desembargador José Mendonça Carvalho Neto, relator do caso, entendeu que as ações de Caiado não comprometeram as eleições. O voto dele foi acompanhado pelos outros desembargadores.
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O processo, movido por Fred Rodrigues (PL), derrotado na eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2024, acusa Caiado de ter usado o Palácio das Esmeraldas, sede do governo, para promover eventos em apoio ao prefeito eleito, Sandro Mabel (União). Os eventos ocorreram nos dias 7 e 9 de outubro, após o primeiro turno, e reuniram vereadores eleitos e lideranças políticas locais.

Apesar de ter entendido que os eventos não comprometeram as eleições, o relator entendeu que houve condutas não permitidas por lei, por isso, aplicou multa a Caiado e ao prefeito Sandro Mabel.
Ronaldo Caiado disse que recebeu a decisão com respeito e tranquilidade. “Recebi com muito respeito e tranquilidade a decisão desta terça-feira (8/4) do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) que reformou a decisão de primeira instância sobre minha conduta durante o pleito municipal de 2024. Minha trajetória é de absoluto respeito às leis do nosso país e seguirei sempre neste caminho”, disse.
Eleições 2026
Caiado lançou a pré-candidatura à Presidência da República na sexta-feira (4) em evento no Centro de Convenções de Salvador. Ele já foi deputado federal e senador da República. Em 1989, nas primeiras eleições depois da redemocratização, também foi candidato à Presidência.
Entenda o caso
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) tornou o governador do estado, Ronaldo Caiado, inelegível por oito anos por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.
Na mesma sentença, a Justiça Eleitoral goiana cassou o registro da chapa do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, que foi apoiado por Caiado na disputa pelo comando da capital. Os dois são filiados ao partido União Brasil.
A decisão de primeira instância saiu do gabinete da juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, Como a sentença não possuia execução imediata, Mabel e a vice-prefeita eleita, Cláudia Lira (Avante), conhecida como Coronel Cláudia, seguiram à época para diplomação e tomaram posse em 1º de Janeiro, até que o processo seguisse o trâmite (transitado em julgado).
Unanimidade 7X0
Caiado diz que recebeu o julgamento com serenidade
Ao comentar sobre a decisão da Justiça eleitoral, Caiado disse que recebeu o resultado com “muita serenidade”.
“Aguardei com muita serenidade e respeito o julgamento do TRE sobre minha conduta durante as eleições municipais de 2024. Recebo a decisão com o sentimento de tranquilidade e confiança no nosso Judiciário. Minha trajetória é de absoluto respeito às leis do nosso país e seguirei sempre neste caminho”, disse Caiado em suas redes sociais ao comentar sobre o julgamento.
Durante coletiva, em Brasília, Caiado disse que se manteve em silêncio durante o julgamento por respeito à Justiça.
“Eu me mantive sem fazer nenhum pronunciamento e o resultado foi de 7 a 0, reconhecendo que não tem nada ali que pudesse impedir a minha trajetória. Eu sou um homem seguidor das normas legais. Eu não tenho um comportamento de me insurgir contra as regras da lei eleitoral e nem da legislação brasileira. Eu sou um cumpridor de ordens, sou uma pessoa que respeita as decisões judiciais”, afirmou o governador.
Na semana passada, Caiado lançou oficialmente a pré-candidatura à Presidência da República para 2026 em meio a um racha interno do partido. Isso porque a legenda está em conversas com o PP para formar uma federação – o partido é forte apoiador de Jair Bolsonaro (PL) ou de quem ele vier a indicar.