A escolha de um novo papa é um dos eventos mais aguardados pelos fiéis da Igreja Católica em todo o mundo.
Esse processo é conduzido em um Conclave, uma reunião fechada entre cardeais, que ocorre na Capela Sistina, no Vaticano. A eleição pode levar várias horas — ou até dias — e envolve uma série de rituais simbólicos e decisões estratégicas.
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Conclave: A Votação Secreta dos Cardeais
O novo pontífice só pode ser escolhido se obtiver a maioria dos votos entre os 135 cardeais eleitores. As votações ocorrem em rodadas sucessivas, e, se nenhum candidato alcançar a maioria, uma fumaça preta é liberada por uma chaminé no telhado da Capela Sistina, indicando que ainda não houve uma decisão.
Quando finalmente um cardeal é eleito papa, a fumaça branca aparece, sinalizando aos fiéis reunidos na Praça São Pedro que a Igreja Católica tem um novo líder.
A Sala das Lágrimas: O Momento da Decisão
Após a eleição, o cardeal escolhido é conduzido à sacristia da Capela Sistina, conhecida como “Sala das Lágrimas” (salla delle lacrime). É ali que ele confirma sua aceitação ao cargo e escolhe o nome pelo qual será chamado como papa.
Essa etapa é conduzida pelo líder da Congregação dos Cardeais — atualmente o cardeal Giovanni Battista Re. Com a aceitação oficial, o novo pontífice torna-se, formalmente, o Bispo de Roma e líder máximo da Igreja Católica.

Vestes Papais e o Fim de uma Tradição com a Prada
Em seguida, o novo papa é auxiliado a vestir as tradicionais roupas papais. Até a eleição de Francisco, essas vestimentas — incluindo os emblemáticos sapatos vermelhos — eram produzidas pela renomada marca italiana Prada, conhecida por seu luxo e artesanato refinado.
Contudo, o Papa Francisco optou por romper com essa tradição, escolhendo calçados pretos simples, símbolo de humildade e desapego ao luxo. Os sapatos vermelhos ficaram tão marcados na cultura popular que inspiraram o título do famoso filme “O Diabo Veste Prada” (2006), baseado no best-seller homônimo de Lauren Weisberger, publicado em 2003.
Beija-mão e o Anúncio Oficial: “Habemus Papam”
Já trajado como pontífice, o novo papa participa do tradicional “beija-mão”, um ritual no qual os cardeais se aproximam um por um para jurar fidelidade ao novo Santo Padre.
O momento culmina com o anúncio público. O cardeal mais velho presente — atualmente Renato Raffaele Martino — sobe à sacada principal da Basílica de São Pedro e pronuncia a histórica frase em latim: “Habemus Papam” — que significa “Temos um novo papa”.

Cardeais com menos de 80 anos votarão
Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo 7 brasileiros. Veja a seguir:
- Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
- Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.
Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada.
As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos que — são secretos e queimados após a contagem.
Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.