Decisão vem após reportagem do UOL revelar troca de mensagem em que assessor diz preferir Lula a Michelle Bolsonaro para presidência
Michelle Bolsonaro Teria sido pivô da demissão. O ex-ministro Fabio Wajngarten foi demitido da função de assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão do Partido Liberal vem dias após uma troca de mensagens entre ele e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, serem reveladas pelo portal UOL.
A troca de mensagens continua e, no dia 31 de janeiro, Wajngarten escreve que o PL iria pagar R$ 39 mil por mês para a ex-primeira-dama “porque ela carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”.
Cid então declara que Michelle sairia “destruída” se entrasse para a política.
“Cara, se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela. E Valdemar [presidente do PL] fala demais também, aquele negócio dos documentos, dos papéis, tá todo enrolado agora”, disse o tenente-coronel.

O UOL teve acesso ao celular de Cid que continha 158 mil mensagens e mais de 20.000 arquivos. Nas conversas sobre as investigações que tinham o ex-presidente como alvo e sobre o cenário político no Brasil, Cid fazia diversas críticas à ex-primeira-dama e enviava mensagens irônicas sobre ela. Em 27 de janeiro de 2023, Wajngarten enviou a Cid uma notícia de que o PL analisava lançar Michelle como candidata à Presidência caso Bolsonaro fosse impedido de concorrer nas eleições de 2026.
“Prefiro o Lula”, disse Cid. “Idem”, respondeu Wajngarten. Dias depois, Bolsonaro criticou a postura e disse que as declarações são “besteira”. “Diferentemente da atual primeira-dama [Janja Lula da Silva], Michelle botava ordem na casa. Ela é quem botava ordem na casa, e o pessoal não gostava. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou”, declarou Bolsonaro.
Em uma das conversas, datada de janeiro de 2023, Wajngarten enviou uma notícia sobre a possibilidade de Michelle ser lançada à Presidência da República pelo PL em 2026, caso Bolsonaro estivesse inelegível.
“Prefiro Lula“, diz Mauro Cid, enquanto Wajngarten concorda: “Idem”. Em outra mensagem, o agora ex-assessor afirma que o PL pagaria R$ 39 mil a Michelle ‘porque ela carrega o bolsonarismo sem a rejeição de Bolsonaro‘.
Fábio Wajngarten, Ciro Nogueira e Mauro Cid aconselham Bolsonaro durante intervalo da sabatina
Foto: Estadão
“Em que mundo o Valdemar está vivendo“, diz a mensagem compartilhada com o selo de ‘encaminhada’ em seguida. Aliados de Wajngarten afirmam que o advogado e a ex-primeira-dama não tinham boa relação e que Michelle trabalhava em sua demissão.Fabio Wajngarten prestava serviços ao PL por meio de sua empresa de comunicação e recebia aproximadamente R$ 125 mil mensais para assessorar o ex-presidente. Em 2024, os ganhos do advogado chegaram a R$ 1,5 milhão. Michelle, por sua vez, recebe R$ 32.181 na qualidade de presidente do PL Mulher.
Ainda sobre o assunto, dias depois, Bolsonaro criticou a postura e disse que as declarações são “besteira”. “Diferentemente da atual primeira-dama [Janja Lula da Silva], Michelle botava ordem na casa. Ela é quem botava ordem na casa, e o pessoal não gostava. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou”.
Sem maiores informações, seguimos aguardando mais detalhes sobre esse assunto e a reportagem poderá ser atualizada a qualquer momento.
Após tentativas, Fabio Wajngarten e o Partido Liberal não se manifestaram sobre a demissão. O espaço segue aberto para manifestação.